Quão glamorosa é a vida da assistente social e colunista Karenine Fernandes? Mulher bonita, realizada, feliz e fantástica, parece aos olhos de todos representar um mundo de fantasia, de sonhos e desejos. Será que é assim mesmo?
Nascida em Natal no dia 08 de junho de 1976,
filha do auditor fiscal aposentado Sergio de Sousa Freire e da professora Maria
Gorete Fernandes Freire, é irmã do engenheiro Sergio Freire e da gestora de
negócios e também colunista Carol Fernandes. Quando tinha quatro anos, sua
família veio morar em Mossoró, próximo a igreja Coração de Jesus, vizinho ao
centenário jornal O Mossoroense. “Na minha adolescência, ajudava bastante ao
padre Américo nas missas de domingo, colhendo rosas na vizinhança para enfeitar
a igreja. Gestos como este faziam com que as broncas dele ao me pegar comendo
as hóstias fossem amenizadas”, relembra.
VENDAVAIS
QUE NINGUÉM CONHECE – Karenine estudou no Dom Bosco o ensino fundamental e iniciou
no GEO o ensino médio. No segundo ano, porém, parou de estudar após uma guinada
inesperada em sua vida. Engravidou aos 17 anos de Carlos Eduardo Fonseca, com
quem namorava há quatro anos. “Fui pega de surpresa, assim como toda sociedade,
pois minha família já era bastante conceituada, o que só atraiu os comentários
e julgamentos tão comuns neste tipo de situação”, conta.
O nascimento de Renata Gabriella, hoje com 20
anos, estudando em Fortaleza com o objetivo de cursar medicina, foi para
Karenine um desafio que exigiu muita superação. O namorado optou em não
concretizar a relação, apesar de ter assumido a filha e as responsabilidades de
pai. Além de ter que enfrentar esta situação, buscou a energia necessária para
assumir a condição de mãe e, ao mesmo tempo, precisou ser forte para lhe dar
com o problema do alcoolismo do pai. Tudo ao mesmo tempo.
“Todos os anos, no Natal, vivia a expectativa
de ganhar a boneca prometida por Papai Noel que nunca chegava. Renata acabou
sendo a boneca real que a vida me presenteou. Às vezes, estamos dentro de um
vendaval e ninguém percebe. Para mim nunca foi fácil adoecer, chorar, estar
triste, viver sentimentos comuns como qualquer outro. Os holofotes a mim
dirigidos fazem tudo ganhar uma maior dimensão. A curiosidade das pessoas podem
causar muitos constrangimentos, e eu prefiro evitá-los”, comenta.
Outro episódio marcante na vida de Karenine,
foi as enchentes do rio Mossoró em 1984. Sua casa foi invadida pelas águas,
trazendo sofrimento para sua família e a de tantos amigos e vizinhos. Apesar
das perdas e lamentações de tantos com a situação, ela lembra da força de sua
mãe em enfrentar com coragem todos os acontecimentos provocados por aquele
desastre natural.
PROFISSIONALISMO – Quando em 2000
formou-se em Serviço Social, Karenine já tinha uma vida profissional atuante.
Estreou como comunicadora ao aceitar o convite de Gomes Filho para escrever uma
coluna social no jornal O Mossoroense, onde ficou quase um ano até receber
convite do jornal Diário de Natal, que procurava um colunista para cobrir os
fatos e a sociedade mossoroense. Neste periódico escreveu durante quatro anos.
Em janeiro de 2004, fez sua estreia no Jornal
de Mossoró, que o ex-reitor Walter Fonseca havia adquirido e que um ano depois
passou a ser Correio da tarde. Escreveu sua coluna nesta casa até 2007, quando
a transferiu para o jornal Gazeta do Oeste, que a publica diariamente até hoje.
Neste mesmo período, começou sua atuação no mundo do rádio. Inicialmente em
flashes sociais na programação da 95 FM, na época de propriedade do ex-deputado
Ney Lopes. Um ano após, aceitou convite da Difusora AM para o desafio de um
programa diário com o seu nome que durou oito anos, até 2013, das 12 às
12:30hs.
Para Karenine, o colunismo social,
inegavelmente, abre muitas portas, mas também fecha, cria um mundo de rejeições
e preconceitos. “Somos cobrados de forma sinuosa em tudo que fazemos, desde os
pequenos gestos até em determinadas ausências. Passamos a nos policiar
constantemente”, afirma. “Defino-me como uma colunista realista. Toques de
glamour não me contagiam. Em minhas notícias busco um sentido mais real,
resultados mais concretos, sem pieguice. Não acredito que exista uma corte
blindada, onde tudo é maravilhoso. Sempre procuro valorizar a todos,
privilegiando quem tem algo de bom a mostrar”, comenta.
TODOS DEPENDEM DE
TODOS –
Como assistente social, trabalhou de 2003 a 2011 na pratica jurídica,
promovendo conciliações que pareciam impossíveis, de conflitos intermináveis e
dolorosos. Foi testemunha da vida real de muita gente que, diferentemente dos
colunáveis, não transpareciam glamour em seus cotidianos. Depois Karenine
entrou por concurso no município e trabalhou na UISAM, no atendimento de
pacientes com doenças mentais, dando atualmente continuidade a este trabalho no
CAPS. “Estas duas atividades onde atuo, e que a principio parecem distantes, na
verdade só me deram a certeza de como acaba se tornando prejudicial
alimentarmos os antagonismos sociais. Em uma sociedade todos dependem de todos,
e todos devem se sentir responsáveis por todos”, declara.
Para Karenine, assim como existe muita ilusão
naqueles que vivem ou desejam estar no mundo produzido pelos veículos de
comunicação, também existe uma falsa ideia de que quem não aparece não tem uma
vida glamourosa, ou até melhor do que as estrelas da mídia. Para ela, a
verdadeira felicidade que todos buscam, aquela que contagia todo nosso ser,
encontra-se dentro de cada um, nas próprias ações, pensamentos e sentimentos.
“Minhas raízes em Mossoró, que já eram grandes,
se tornaram profundas com o tempo. Minha filha se tornou uma irmã e amiga. Em
toda minha vida amei e fui muito amada. Sou feliz no que faço e nos projetos
que desenvolvo. Assim respondo a pergunta feita no início deste texto: Minha
vida tem o glamour que dou a ela, assim como qualquer um pode fazê-lo”,
conclui, citando ainda um trecho da música Como Dizia o Poeta, de Toquinho e
Vinicius de Moraes: ‘Quem já passou/Por esta vida e não viveu/Pode ser mais,
mas sabe menos do que eu/Porque a vida só se dá/Pra quem se deu/Pra quem amou,
pra quem chorou/Pra quem sofreu.’
FONTE - #OBOMDEMOSSORO
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